Hoje é o dia da Abreugrafia. Claro que quase ninguém sabe o que é isso, e nem eu sabia até ver esta curiosa anotação num calendário de datas comemorativas que baixei para me organizar. Por curiosidade fui à Wikipédia e descobri que se trata de um exame de radiografia já meio ultrapassado, mas de grande importância histórica para a medicina e para a análise de imagens.
Abreugrafia é uma radiografia tórax que, em vez de ser impressa no filme radiográfico (conhecido como chapa), é transferido para um filme fotográfico de 30 ou 70 mm. A imagem fica pequena, mas era suficiente para diagnosticar a tuberculose, que estava em plena epidemia em várias partes do mundo na década de 1930.
A data oficial da invenção é 1936. O inventor: Manoel de Abreu (a técnica levou seu nome), brasileiro. A substituição da chapa pelo filme foi um modo de reduzir o custo e tornar a técnica aplicável em um grande número de pessoas em um curto espaço de tempo. Era um exame de triagem. Mas sua grande contribuição histórica vai muito além disto.
A descoberta da radiologia como técnica de diagnóstico
Na época, a radiologia ainda era mais uma curiosidade do que um meio de diagnóstico. O texto da unicamp descreve situações em que pessoas (de muito dinheiro) usavam os equipamentos como parte da diversão em suas festas! É claro que os efeitos nocivos da radiação ainda não eram conhecidos…
Os médicos não acreditavam que uma imagem de dentro do corpo humano pudesse ser mais eficaz no diagnósticodo que o tradicional método de percussão e auscultação, com uso de estetoscópio.
A tuberculose não era diagnosticada na fase inicial, e isso contribuiu para a instalação de fortes epidemias em várias partes do mundo, incluindo o Rio de Janeiro, onde Manoel de Abreu vivia. A sua invenção foi um marco para a medicina por dois motivos: deu aos médicos uma nova forma de enfrentar as epidemias, diagnosticando a tuberculose enquanto ainda era tratável; e demonstrou que a radiologia podia ser uma boa ferramenta de diagnóstico.
Hoje
Hoje não se fala mais em usar Abreugrafia como triagem, por causa dos perigos de se expor pessoas saudáveis à radiação sem necessidade. Isto porque já existem outros métodos de diagnosticar a tuberculose, e a epidemia não acontece mais em escala mundial (ficou restrita a alguns países da África).
No entanto, o seu principal legado nos permite outros muitos diagnósticos (e tratamentos) que sem a radiologia não seriam possíveis. Tão importante é a radiologia para a medicina que aceita-se expor pacientes à radiação quando necessário, de forma controlada, apesar de conhecermos os problemas que pode causar.
Por: Garoto Uzumaki
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