terça-feira, 17 de abril de 2012

Festas Juninas




A origem das festas juninas se pode buscar em uma das montanhas da Judéia, quando as Sagradas Escrituras nos contam sobre a visitação de Maria Santíssima a sua prima Santa Izabel; ocasião em que ambas estavam grávidas, sendo que Izabel estava com a gravidez adiantada três meses da de sua prima Maria.
Naqueles tempos, essas aproximações de amizade eram difíceis devido a falta de condução e a longa distância que moravam uma da outra. Ao se despedirem, Izabel prometeu a Maria que, no dia em que o seu filho nascesse ela mandaria acender uma grande fogueira para que toda a Judéia soubesse do ocorrido.
Presume-se que desta estória tenham nascido as festas juninas, comemoradas em todo o mundo.

As festas juninas eram comemoradas nos dias 12 e 13 de junho em homenagem a Santo Antônio de Lisboa; 23 e 24 de junho em homenagem a São João Batista, o filho de Izabel, prima de Maria Santíssima. Os dias 28 e 29 de junho são dedicados aos apóstolos São Pedro e São Paulo. Em julho, os dias 25 e 26 foram dedicados a Sant'Ana, avó de Jesus Cristo. Nos dias 5 e 6 de agosto as festas
são comemoradas em homenagem ao Senhor Bom Jesus de Iguape. Em setembro, nos dias 28 e 29 foram dedicados ao Arcanjo São Miguel.
Para a comemoração das festas Juninas, promoviam-se os novenários acompanhados de fogueiras, onde se assava tainhas na brasa, cana de açúcar, batata doce, aipim e outras guloseimas. Oferecia-se café, batata com melado, cará do chão, rosca de polvilho, broas, beijús, rosca de massa, cuscuz e bolos de farinha de milho assados na folha da bananeira.
Realizavam leilões de vários objetos, aves e animais.Estas festas aconteciam tanto nas igrejas conto nas casas particulares, sendo que nas festas realizadas nas igrejas eram cobradas taxas para a sua manutenção. Gera1mente os capelães eram pessoas da comunidade que apresentavam maior grau de habilidade social.
As novenas eram quase todas rezadas em latim. Cada capelão usava o latim de acordo com sua modesta cultura regional.
Tanto nas igrejas ou capelas, como nas casas particulares, era costume acender grandes fogueiras em lugar de destaque com diversas funções: geralmente por ser inverno na ocasião das festas elas serviam para aquecer o grande número de pessoas presentes nos festejos; servia como iluminação principal; servia também para assar em suas brasas, o peixe, a batata doce e o aipim. A fogueira era o centro de atração e observava-se o tamanho, a altura e a beleza na colocação da lenha formando uma torre. Em volta da fogueira cantava-se, dançava-se e realizavam-se inúmeras brincadeiras e jogos.
As praças e quintais eram ornamentados com palmeiras e arcos de bambu, além do colorido das bandeirolas de papel que cobriam todo o espaço destinado a festa. Na iluminação empregavam pedaços de bambu com três canudos, onde cada um deles tinha um furo. Por estes furos colocavam o querosene e se introduzia um pavio de fio de algodão com um bocal de folha de flandre. Daí obtinham a iluminação para os festejos, além da fogueira que ardia toda a noite, também usou-se para obter iluminação, o azeite de peixe, o azeite de mamona, o azeite de nozes de nogueira colocados em vasilhames com um pavio de fio de algodão num bocal de metal.
Estas festas se realizavam nas casas onde se homenageavam o santo aniversariante. Era costume criarem uma irmandade nas casas particulares, possibilitando assim, angariarem fundos para custearem as despesas com as novenas, fogos e comestíveis. As irmandades eram compostas de juízes e mordomos.
Era tradicional se fazer depois das novenas o anúncio dos nomes dos festeiros do ano seguinte. Esperavam com muita ansiedade as escolhas que se faziam anunciar entregando aos novos mordomos e juízes uma vela acesa significando assim, a entrega do título, que eram aceitos com muita honra e orgulho.
Também era muito usado retirar a imagem do altar e no mesmo salão, quando nas casas particulares, realizarem um baile. Os instrumentos mais usados eram a gaita, o violão e o violino. Contratavam cantores repentistas que animavam a festa noite à dentro.
Era comum soltar fogos de artifícios que eram feitos do tronco da embaúba, por ser oco. Nele colocava-se pólvora, ateava-se fogo causando grandes estampidos. Eram chamados de trabucos. Havia também os foguetes de vara com duas ou três bombas, rojões, os famosos busca-pés, além de inúmeros e tradicionais balões feitos com papel de seda coloridos de tamanhos variados. Também colocavam nas fogueiras as folhas do abricó, mangue formiga, bambu, capororoca e o araçazeiro que no contato com o calor provocam estralos (estalos) festivos.
Havia uma crendice de que as brasas acendidas para homenagear São João não queimavam. Por isto várias pessoas descalçavam-se, calmamente pisavam sobre as brasas e atravessavam de um lado ao outro da fogueira sem se queimarem.
Nas vésperas das festas de São João e Santo Antônio, era hábito as moças solteiras tentarem ganhar sorte para obterem um casamento imediato e feliz.
Em volta da fogueira dançavam sempre a Ratoeira. As festas não se restringiam apenas ao período noturno, mas também durante todo o dia. Os jogos eram os mais variados e para todos eles havia sempre um prêmio. Realizavam brincadeiras como: subir no pau-de-sebo, a corrida do saco, o jogo do mingau, o quebra-pote, a linha na agulha, a corrida dos pés amarrados, a corrida do ovo na colher, o jogo da galinha, o jogo com melado e farinha, o jogo dos sapatos trocados, o rabo do burro ou do porco, entre outras.

Fonte: Folclore

Por: M a r q u i n h o s

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