segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Não há vagas.




O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás,a luz o telefone a sonegação do leite, da carne, do açúcar do pão.


O funcionário público não cabe no poema, com seu salário de fome e sua vida fechada em arquivos.
Como não cabe no poema o operário que esmerila seu dia de aço e carvão nas oficinas escuras.

– porque o poema, senhores, está fechado: “não há vagas” Só cabe no poema o homem sem estômago a mulher de nuvens a fruta sem preço

O poema, senhores, não fede nem cheira.


Por: Marquinhos

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